A segunda edição do #hack4edu, realizada pelo segundo ano consecutivo e pela primeira vez em formato híbrido, deu origem a vários projetos impulsionados por estudantes universitários que colocam a inovação digital a serviço do bem coletivo, especialmente focados na melhoria da qualidade da educação e na redução da desigualdade educacional nas áreas mais vulneráveis do planeta.
Durante 3 dias, 130 hackers de 6 países e 12 universidades espanholas e latino-americanas trabalharam em equipes multidisciplinares em um formato híbrido para encontrar soluções para os desafios da educação digital.
Para selecionar os 7 projetos vencedores, um júri internacional, composto por especialistas em tecnologia do meio acadêmico e empresarial, baseou sua seleção em critérios de avaliação que levaram em conta a criatividade e inovação das soluções propostas, o grau de conclusão e a qualidade final dos projetos apresentados, a transferibilidade dos protótipos para o mercado e a orientação para a solução de problemas de educação digital em países desfavorecidos.
Projetos premiados
Na categoria Sênior, que concede dois prêmios de 1.000 euros, um foi concedido ex aequo (com uma dotação de 500 euros cada) para uma equipe da Universidade Pontifícia de Salamanca (UPSA) e outra da Universidad Tecnológica de Panamá. A primeira apresenta uma ferramenta que detecta as emoções dos estudantes através do uso do deep learning para melhorar o desenvolvimento das aulas e torná-las mais dinâmicas e atraentes; e a segunda propõe a construção de um protótipo web capaz de traduzir a linguagem gestual panamenha com inteligência artificial. O júri salientou que este último, chamado Signspa, pode ajudar as pessoas com problemas auditivos a entrar no mundo da educação.
Na mesma categoria, o projetoWords4All da Universidade de Salamanca (USAL), desenvolvido por uma equipe formada por professores e estudantes das áreas de saúde, educação e informática, também foi premiado com 1.000 €. Sua proposta consiste em um aplicativo baseado no mundialmente famoso jogo Pasapalabra mostra que, utilizando tecnologias disruptivas como o reconhecimento de voz, atua sobre o analfabetismo e promove o aprendizado através da gamificação.
Na categoria Inovadora, o primeiro prêmio de 1.000 € foi para uma equipe da Universidade de Salamanca (USAL) para o projeto Hear4All. Este é um aplicativo que traduz diferentes idiomas e dialetos em linguagem de sinais em tempo real para melhorar a experiência educacional das pessoas surdas. O júri destacou sua qualidade, seu foco em uma questão real e o potencial para desenvolvimento futuro. Na mesma categoria, o segundo prêmio (700 €) e o terceiro prêmio (500 €) foram para o projeto E-Señas, do Instituto Federal Catarinense no Brasil, e para o projeto Listudents, da Pontifícia Universidade de Salamanca (UPSA). O primeiro propõe uma plataforma virtual inteligente para ajudar os estudantes surdos em seu aprendizado e o segundo propõe uma volta de 180 graus para o método tradicional de chamada em lista, com um aplicativo que lhes permite fazê-lo automaticamente graças à tecnologia NFC (Near Field Communication), economizando assim tempo para estudantes e professores.
Da mesma forma, os promotores do projeto “A decisão de ajudar”, da Pontifícia Universidade de Salamanca (UPSA), receberam duas inscrições gratuitas para cursar o Título Próprio de Especialista em Big Data da mesma universidade. O objetivo deste prêmio é reconhecer o trabalho que foi desenvolvido com dados e que conseguiu extrair valor das informações. A proposta reconhecida neste caso é um programa baseado no desenvolvimento de um quadro de comando que permite que organizações e governos estabeleçam critérios para direcionar a ajuda à educação de forma mais eficaz.
Uma segunda edição com um nível melhor e em formato híbrido
Os organizadores do hackathon, promovido pela ProFuturo e pela UPSA com a colaboração da Rede de Cadeiras Telefónica, destacam o salto qualitativo nesta segunda edição. “O nível está se tornando cada vez mais profissional. Estamos vendo projetos e protótipos que realmente respondem a uma necessidade. Este ano os participantes superaram a si mesmos e houve um grande envolvimento de estudantes, professores, etc., que formaram uma diversidade de equipes mistas, com diferentes habilidades e nacionalidades, incluindo a colaboração entre locais latino-americanos e espanhóis, mas também entre espanhóis”, diz Manuel José Ruiz García, gerente de análise de dados da ProFuturo e coordenador da #hack4edu.