Histórias

Me chamo Cristiano e amo a matemática

Cristiano Ruiz

O ProFuturo é um programa de educação digital para melhorar a qualidade da educação, através de ferramentas digitais e em ambientes sociais carenciados. O programa segue uma dupla estratégia: melhora a formação de professores em nível técnico-pedagógico e, ao mesmo tempo, promove a aprendizagem significativa dos alunos a partir de experiências de aprendizagem digital motivadoras.

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“A matemática é mais fácil do que qualquer outra coisa, muito mais fácil do que a língua Kambeba. Adoro.”

O ProFuturo sonha com as 10 milhões de crianças que terão uma educação de qualidade em 2020.
Foto: Jesús González

A Escola Municipal Kanata T-Ykua se mantém entre a selva e o rio com a esperança de uma comunidade que acredita firmemente que a educação é sua melhor ferramenta para viajar para o futuro. Um futuro que conecta a tradição com o mundo, a história oral com a tecnologia mais sofisticada e que torna a igualdade de oportunidades uma realidade para as crianças das populações mais desfavorecidas.

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de crianças e adolescentes estão fora do sistema de ensino.

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Foto: Jesús González

Depois de fazer sua higiene, se vestir e comer bananas fritas cultivadas em sua comunidade no café da manhã, Cristiano pega sua mochila, deixa sua pequena casa de madeira e parte para a escola, atravessando uma floresta ainda úmida com o orvalho da noite. Ele faz uma pausa para saudar seus ancestrais, enterrados no cemitério local. “Nossos avós nos protegem”, diz o menino enquanto retoma seu caminho para a aula.

Foto: Jesús González

Depois de fazer sua higiene, se vestir e comer bananas fritas cultivadas em sua comunidade no café da manhã, Cristiano pega sua mochila, deixa sua pequena casa de madeira e parte para a escola, atravessando uma floresta ainda úmida com o orvalho da noite. Ele faz uma pausa para saudar seus ancestrais, enterrados no cemitério local. “Nossos avós nos protegem”, diz o menino enquanto retoma seu caminho para a aula.

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Cristiano sonha em ir para a universidade e se tornar um jogador de futebol famoso, mas às vezes também tem pesadelos com o rio e os jacarés.

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Cristiano está na quarta série e já sabe ler e escrever. Na aula, ele brinca e interage com seus colegas, mas sempre obedecendo às regras e sem desrespeitar o professor. A escola indígena trabalha misturando os conhecimentos tradicionais, que são transmitidos de geração em geração, com um currículo convencional. “Nosso povo tem uma tradição oral muito forte, por isso fazemos projetos de narração que resumem as histórias do Curupira, da Mãe da Floresta, do Boto…” diz Raimundo, que além de diretor da escola é também um dos responsáveis pela revitalização da língua Kambeba. “Com o tempo, essas histórias são esquecidas, mas as crianças precisam conhecê-las. Também aproveitamos a oportunidade para trabalhar no conhecimento das ferramentas tradicionais de caça e pesca dos povos indígenas”.