Histórias

Me chamo Emilia e quero ser independente

Emilia Claudete

O ProFuturo é um programa de educação digital para melhorar a qualidade da educação, através de ferramentas digitais e em ambientes sociais carenciados. O programa segue uma dupla estratégia: melhora a formação de professores em nível técnico-pedagógico e, ao mesmo tempo, promove a aprendizagem significativa dos alunos a partir de experiências de aprendizagem digital motivadoras.

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“A aula com tablets é uma das favoritas de Emilia. O professor comparece à aula e explica como usá-los para aproveitá-los ao máximo. Ele também comprova a eficácia do programa em primeira mão.”

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é o número total de crianças que não frequentam a escola regularmente
Foto: Jesús González

A curiosidade sem limites de Emilia e sua bateria incessante de perguntas que ela dispara como uma metralhadora a todos que cruzam seu caminho fizeram com que ela se tornasse amiga de Manuel. Quando visita a escola, o responsável pela região tenta responder, com paciência e diversão, todas as perguntas da menina e explica as diferentes funções dos tablets da sala de aula digital.

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256 escolas em que o ProFuturo está presente em Angola.

Foto: Jesús González

Até recentemente, Angola era considerada um dos países mais difíceis para a infância. Em 2015, foram registradas 167 mortes de crianças com menos de cinco anos de idade para cada mil nascimentos em Angola.

Como coordenador regional do ProFuturo, Manuel se reúne regularmente com os professores e diretores das cinco escolas pelas quais é responsável para dar o treinamento presencial que recebem regularmente durante todo o programa e sanar as dúvidas que possam ter em relação ao uso da plataforma pedagógica digital projetada pelo ProFuturo.

Foto: Jesús González

Manuel visita as escolas para acompanhar professores e alunos do programa ProFuturo.

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Emilia, como sua amiga Ana, sonha em ter uma casa feita de tijolos e brilhar com sua luz própria.

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O dia de Emilia começa cedo ajudando sua mãe nas tarefas domésticas, que incluem a limpeza da casa e buscar água para a higiene da família. Quando termina, Emilia coloca sua mochila e parte para a escola Nossa Senhora de Fátima.

A caminho da escola, alguns dos colegas de turma de Emilia precisam atravessar montanhas de entulho e lixo, mas já estão acostumados e não dão muita importância à miséria que os rodeia, pois têm apenas um objetivo na cabeça: aprender e se divertir com seus colegas.

Emilia compartilha seu entusiasmo pela escola com sua amiga Ana Bernarda Enoque, de doze anos, cuja família chegou a Luanda em 2000, fugindo da Guerra Civil, que foi especialmente dura no meio rural, onde ainda hoje existem muitas minas terrestres enterradas. Emilia e Ana costumam sonhar em voz alta: imaginam um futuro em que tenham uma casa de verdade, feita de tijolos, e que tenham tantos direitos quanto seus colegas meninos.

Quando as aulas terminam, Emilia, Ana e seus colegas se divertem no caminho de casa: jogam futebol, brincam com brinquedos feitos de latas e bastões, correm de um lado para o outro, etc. As crianças não deixam de ser crianças, apesar de não viverem no melhor ambiente para crescer. Na verdade, até recentemente Angola era considerada um dos países mais difíceis para a infância. Em 2015, foram registradas 167 mortes de crianças com menos de cinco anos de idade para cada mil nascimentos em Angola.

Emilia e Ana se divertem se perdendo entre as enormes florestas de prédios em construção em seu bairro. Elas se sentam e trocam confidências, se escondem entre os blocos de cimento e brincam de imaginar que uma dessas casas é sua casa e que, graças à escola, à educação e ao ProFuturo, seu sonho se tornou realidade.