Frank Van Cappelle

Frank van Cappelle, diretor do Global Learning Innovation Hub, combina duas décadas de experiência em ambientes rurais e tecnologias de aprendizagem. Sua missão: transformar o digital em um direito global para as crianças mais vulneráveis.

Frank Van Cappelle

Um cartesiano na corte da educação digital

Frank Van Cappelle começou sua carreira observando algumas crianças indianas aprendendo informática em uma parede. Não é uma metáfora: tratava-se do projeto Hole in the Wall, um computador embutido em uma parede de Nova Délhi. Assim, como pesquisador de campo, descobriu o quanto é difícil fazer a tecnologia funcionar em contextos rurais de poucos recursos. Essa experiência inicial lhe deu o que ele chama de “um chapéu cético”, uma atitude crítica em relação ao EdTech que moldou toda a sua trajetória. A tecnologia, pensou ele, podia ser uma janela ou uma barreira. Dependeria de como fosse utilizada.

Desde então, ele dedicou sua vida a essa questão. Doutor em Educação, com um pé na pedagogia e outro no software, trabalhou com governos, universidades e professores que ensinam com o que têm: um quadro-negro, um rádio ou um telefone compartilhado. Hoje dirige o Global Learning Innovation Hub da UNICEF na Finlândia e lidera sua estratégia global de educação digital.

Ele não é um tecnófilo. Interessa-se mais pelos usos do que pelos fogos de artifício. Fala de uma “IA desconectada”: ferramentas que funcionam sem internet, traduzem conteúdos para línguas indígenas e custam cem vezes menos do que um livro interativo. Em sua boca, a palavra “inovação” soa como algo humilde: oferecer a um professor em um campo de refugiados uma oportunidade a mais.

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