No mês de dezembro último, a diretora geral do ProFuturo, Sofía Fernández de Mesa, visitou a Tanzânia, um país no qual o ProFuturo realiza seu programa de educação digital de qualidade desde 2016 por intermédio de um acordo com os Salesianos Don Bosco da África Oriental em colaboração com a Agência de Educação de Don Bosco na Tanzânia. Além de expandir o alcance do programa, durante a viagem da diretora da fundação ao país africano, foi realizada a entrega dos Prêmios aos Melhores Professores e Escolas dentro do projeto.
Em novembro de 2016, o ProFuturo assinou um acordo com os Salesianos Don Bosco de África Oriental para a implementação do seu programa de educação digital de qualidade em colaboração com a Agência de Educação de Don Bosco na Tanzânia. Em 2017, foram implementadas cinco operações que chegaram a 47 escolas públicas e particulares nas seguintes regiões: Dar Es Salam, Morogoro, Dodoma, Moshi e Mafinga-Iringa. Depois do primeiro ano de realização, e de avaliar que as operações apresentam excelente desempenho nessa região africana, o ProFuturo decidiu expandir o alcance do programa.
Para a expansão de 2018, a Agência de Don Bosco na Tanzânia conseguiu despertar o interesse das autoridades locais em nível nacional (Vice-presidência) e regional (Zanzibar).
No final de 2018, foi realizada a entrega do equipamento e de capacitação para outras 50 escolas públicas e particulares de Kilimanjaro, Songea e Zanzibar. O programa será lançado oficialmente no começo do ano letivo de 2019.
A Agência de Don Bosco na Tanzânia assinou um memorando de entendimento com o Ministério de Educação e o governo local de Zanzibar para chegar às suas escolas públicas, o que significa que, no final deste ano, se chegará a aproximadamente 50.000 crianças e 8.900 professores formados.
Objetivo para o próximo ano
Para 2019, o objetivo é aumentar o número de escolas para 40 e o número de crianças beneficiadas para 40%. Depois que os resultados nessas novas regiões foram comprovados, as expectativas de crescimento são mais altas.
O ProFuturo espera desenvolver e fortalecer, em estreita colaboração com os Salesianos Don Bosco, a relação com atores-chave na área de educação e as autoridades locais em nível nacional, a fim de dar início à construção de um modelo de sustentabilidade para a continuidade e a escalabilidade do programa no país.
Dentro do continente africano, a Tanzânia é o país que demostra ter melhor avanço dos resultados e um índice mais alto de cumprimento de objetivos. Um dos pontos fortes para atingir os objetivos é a coordenação realizada pelos parceiros no país, bem como o acompanhamento das tarefas dos coordenadores, que mostram ter um grande envolvimento no projeto e no alcance dos objetivos e metas propostos (que conhecem).
Contexto educacional
Do mesmo modo que muitos países dessa região da África, a Tanzânia enfrenta muitos desafios na educação das suas crianças, incluindo instalações deterioradas e falta de escolas, bem como a aglomeração, os serviços básicos, como banheiros, água e luz elétrica, falta de livros escolares e a formação profissional insuficiente dos professores. No entanto, o maior obstáculo para uma educação adequada é a pobreza.
Embora agora o ensino primário seja gratuito, os pais são obrigados a pagar certos itens, como uniformes, tarifas de avaliações e materiais. A frequência na aula aumentou, mas mesmo com esse pequeno impulso para que os alunos frequentem a escola, aproximadamente a metade de todas as crianças em idade escolar continua sem ir à escola e, as crianças que vão, raramente cursam além da quinta série.
O ensino primário é composto por sete cursos e é obrigatório. Com a eliminação das despesas de matrícula e a introdução do Plano de Desenvolvimento da Educação Primária, que aumentou o número de salas de aula e de novos professores, a Tanzânia registrou rápidas melhorias no ensino primário. Em 2010, o índice líquido de matrículas (TNM, na sigla em espanhol) tinha chegado a 95,4%, em comparação com 54,2% em 1990.
Os rendimentos familiares desempenham um papel fundamental na educação das crianças. Embora a Tanzânia tenha passado por mais de uma década de alto crescimento, a pobreza continua sendo tão alta que a expansão não representou uma inclusão. Pouca atenção foi dedicada ao papel desempenhado pelo setor privado no ensino, o que poderia reduzir a carga fiscal.
A situação do ensino secundário
Em 27 de novembro de 2015, o governo da Tanzânia lançou um decreto para que o ensino secundário passasse a ser gratuito para todas as crianças, incluindo a eliminação de todas as formas de pagamento de honorários e contribuições, embora não uniformes e material escolar, entre outras coisas.
Por outro lado, o governo também exerceu pressão sobre os honorários cobrados pelas escolas particulares, proibindo um aumento de tarifas ou então que isto seja justificado.
Apesar dessa medida, mais 40% dos adolescentes da Tanzânia ainda estão fora do ensino secundário (1,5 milhões de jovens) devido à ausência de escolas secundárias nas regiões rurais e à falta de meios das famílias para os gastos associados a isso.