Chaves de inovação da escola: Colaboração entre professores e escolas

Educadores e escolas utilizam a tecnologia para enriquecer, avaliar e melhorar seu trabalho, compartilhando-a em rede com outros colegas e novos atores.

As escolas estão em rede, assim como frente a frente, para compartilhar conhecimentos unas com as outras:
– Equipos de docentes sobre suas práticas em sala de aula.
– Grupos de professores para transferir a formação entre pares.
– Salas de aula para professores e alunos para projetar, realizar e avaliar projetos cooperativos.

Para descobrir as chaves da aprendizagem colaborativa e em rede entre professores e escolas, seguimos os passos de dois dos principais especialistas nesta “arte”, Paula Pérez e Narcís Vives, e prestamos atenção à ideologia que eles apresentam em seu livro e projeto: “Atlas da Diversidade Cultural”. Porque, como eles argumentam, “as redes não funcionam por causa da tecnologia, mas por causa das pessoas que, de forma comprometida e solidária, as sustentam”.

Como organizar um projeto de colaboração em uma rede?
A fim de abordar a questão organizacional neste tipo de projeto, é recomendável cuidar do projeto de duas dimensões principais:
– A formação do consórcio ou da equipe de gerenciamento.
– A formação de equipes de trabalho.

A configuração do consórcio deve estar de acordo com duas premissas fundamentais:
1. Pense em um projeto que os diretores “saibam como fazer”, para poderem propor ideias de melhoria que melhorem a qualidade e a escalabilidade do projeto já em andamento.
2. Para fazer isso com pessoas e instituições, a maioria das quais você conhece e com as quais compartilha o trabalho de muitos anos.

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Criar e consolidar a rede: como criar equipes de trabalho e redes de pessoas
Quando se pensa em um projeto, pensa-se também em criar uma equipe de trabalho que possa realizá-lo com sucesso. Este aspecto é fundamental e pertence à própria gênese do projeto e não, como muitas vezes se pensa, a uma etapa posterior. Imaginar o projeto e quem pode implementá-lo desde o início facilita os processos, economiza tempo e esforço.

Uma equipe é formada para alcançar um objetivo comum, sabendo que o resultado desse trabalho será significativamente melhor do que o que poderia ser alcançado com o trabalho individual.

Assume:
– o conhecimento e a adesão de seus membros aos objetivos do projeto, – a interação e o trabalho constante entre eles, que geralmente ocorre por um determinado período de tempo, previamente estabelecido.

A composição dessas equipes variará de acordo com os objetivos e o foco de cada equipe. Para o desenvolvimento de um projeto, podem ser criadas pequenas equipes para se concentrar em um determinado aspecto; algumas interagirão umas com as outras, mas todas inevitavelmente terão que interagir com o gerenciamento do projeto, um componente indispensável na vida de qualquer projeto.

A gerência tem a difícil tarefa de assegurar que todos os membros da equipe “vejam” o mesmo horizonte no projeto, além das diferentes visões e perspectivas – o que certamente o enriquece -; ela deve orientar, motivar e monitorar de perto as equipes formadas.

Os estilos de gerenciamento evoluíram com o tempo e hoje são identificados com o que é chamado de liderança. Embora existam diferentes estilos de liderança, não vamos aprofundar este tema, pois ele já foi amplamente desenvolvido em um grande número de bibliografias especializadas. Entretanto, queremos mencionar que a liderança que acreditamos ser apropriada para este tipo de projetos de aprendizagem colaborativa e em rede: “liderança compartilhada”.

A liderança compartilhada envolve o fortalecimento das pessoas em todos os níveis, incentivando suas iniciativas e dando a elas a oportunidade de tomar decisões. Embora ainda não haja muita certeza sobre como funciona, é claro que este tipo de liderança é o modelo de liderança do futuro e, em qualquer caso, aquele que consideramos apropriado para este tipo de projeto. Por que? Porque uma estrutura mais plana e descentralizada é uma característica do trabalho em rede. As redes promovem uma liderança distribuída, autônoma e participativa em todos os níveis. As redes cultivam a liderança formal e informal dentro nas comunidades para desenvolver pessoas capazes de liderar a rede em todos os níveis (Fundación Evolución, REDAL, 2006).

O trabalho em rede não é novo. “As redes existiam antes da Internet, da Web e de outras conquistas das TIC. O que muda é o escopo, a velocidade, a complexidade e a profundidade das interações das novas redes. O que permanece o mesmo é que é preciso não apenas ferramentas, mas a vontade. E essa vontade nasce – se em parte da própria possibilidade de fazê-lo dada pelas próprias TIC – do interesse, da necessidade e da crença de que não só é melhor compartilhar informações e trabalhar juntos, mas a única maneira eficaz no novo tempo”. (Príncipe, 2005).

E ninguém disse que o trabalho em rede era um trabalho fácil. Requer uma coordenação dinâmica que reúna todo esse trabalho autônomo e distribuído, dando-lhe coerência e unidade.

Projetos Telemáticos Colaborativos

Os projetos telemáticos colaborativos representam um grande potencial para a criação de redes humanas e a promoção do intercâmbio de informações e experiências. A telemática refere-se a projetos que utilizam tecnologias de informação e comunicação para apoiar o trabalho, o intercâmbio e a comunicação.

Judi Harris (pesquisadora do método TPACK) agrupa os projetos telemáticos educacionais em três grandes categorias:

  • Projetos focados em intercâmbios pessoais,telematica_2
  • Projetos focados na coleta de informações e,
  • Projetos focados na resolução colaborativa de problemas.

Os projetos focados em trocas pessoais são aqueles em que a principal motivação é a comunicação entre os usuários.

Projetos focados na coleta de informações têm como objetivo principal a busca de informações sobre um tema, com todo o aprendizado transversal que isso implica (hipóteses, documentação, organização da informação, elaboração e publicação de conclusões, etc.).

Projetos focados na solução colaborativa de problemas procuram enriquecer o projeto através da implementação de cooperação entre as equipes de trabalho. A característica colaborativa implica a possibilidade de co-construir o entendimento através da comparação e combinação de ideias alternativas, interpretações e representações entre os participantes de forma intra-escolar e inter-escolar.

Quando falamos de um projeto intra-escolar, os participantes são do mesmo ambiente (escola, instituição, etc.) e geralmente compartilham a mesma cultura. Neste tipo de projeto, a avaliação do projeto é presencial e o papel do tutor é geralmente assumido por um educador de uma área específica que conhece os participantes.

Quando nos referimos a um projeto entre escolas, os participantes são de diferentes origens. O projeto promove o intercâmbio intercultural, a avaliação do projeto pode ocorrer tanto on-line quanto presencialmente e o papel do tutor pode ser assumido por qualquer educador – que não necessariamente conhece todos os participantes.

“A participação em um projeto colaborativo envolve um trabalho interdisciplinar, enquanto o trabalho por projetos envolve uma organização diferente dos conteúdos escolares. Em geral, não é a partir de um assunto e seu conteúdo curricular específico que a tarefa é organizada, mas o projeto fornece o contexto do qual emerge a necessidade de disciplinas e uma organização de acordo com o projeto”. (López, 2006)

 

 

Animação telemática. Como manter vivo um projeto

Quando falamos em animação, estamos nos referindo ao conjunto de ações destinadas a promover a participação das pessoas em uma atividade específica e, especialmente, no desenvolvimento sócio-cultural do grupo do qual fazem parte.

Animar significa infundir energia, dar movimento às coisas. E, portanto, no desenvolvimento de um projeto significa: incentivar, mobilizar, promover a participação de todos os membros. É, em suma, um meio indispensável para promover o trabalho em rede e mantê-lo vivo. A animação telemática nos leva quase que instantaneamente de volta a um curso à distância e ao papel que os tutores desempenham nele.

Mas a animação telemática não é necessária apenas quando se trata de um curso. Deve estar presente em todos os níveis do projeto: a direção geral e a coordenação, as diferentes equipes de trabalho, a rede de instituições que lideram o projeto, a rede de tutores, a rede de participantes.

telematicaDinamizar um projeto requer muita dedicação e acompanhamento diários. Lançar as fundações, colocá-las em movimento e mantê-las vivas ao longo do tempo não acontece espontaneamente. Há muito trabalho a ser feito para alcançar este objetivo.

E a animação é um aspecto chave. Isto é o que ajuda “a continuar, a não baixar a guarda, a continuar sempre…”.

Ao reunir a equipe de animadores, é importante levar em conta não tanto seu desempenho tecnológico – que sempre pode ser adquirido – mas o acompanhamento personalizado que eles podem fornecer ao grupo e o apoio que podem oferecer, pois entendemos que seu papel não se limita a responder a consultas. Seu principal objetivo é tornar o espaço virtual do Projeto um lugar agradável para o aprendizado e o intercâmbio, onde a participação de todos é essencial para a formação de uma verdadeira comunidade.

As realidades dos participantes – em todos os níveis – são muito variadas. A experiência nos diz que uma mensagem encorajadora, incentivo, orientação, lembretes ou recomendações são sempre bem-vindos. E esta é a tarefa de todos…

Contextos de aprendizagem em rede

A fim de facilitar o aprendizado de nossos alunos, é muito importante poder ter um espaço de trabalho motivador. Ou seja, estimula a curiosidade, capta a atenção do aluno e fornece um fio condutor comum para manter o interesse e fazer o aluno continuar:

  • Fazendo perguntas
  • Trabalhar em equipe
  • Pesquisar informações
  • Resolver gradualmente as propostas didáticas que incentivam sua reflexão e promovem sua aprendizagem.

Excelentes contextos de aprendizagem podem ser encontrados na Internet. Estes sites foram especificamente preparados para fornecer informações interessantes de uma maneira muito atraente, combinando diferentes elementos multimídia, jogos interativos e em rede e espaços para criação compartilhada.

Nesses espaços, é desejável que:

  • Os alunos podem explorar projetando e construindo eles mesmos
  • Ser permitido cometer erros
  • Estabelecer objetivos em vez de conteúdo
  • O acesso a especialistas está disponível
  • O aluno é motivado a pensar.

O objetivo é que os estudantes comecem a adquirir habilidades de planejamento, procedimentos e metodologias que não tinham antes de começar, em vez de aprender como construir um objeto em particular.

Com o boom e a implementação massiva de blogs e das tecnologias associadas à web 2.0, a possibilidade de criar contextos de aprendizagem em rede tornou-se ainda mais atraente, pois permite a incorporação de elementos interativos que podem desempenhar um papel fundamental na arte de aprender: a didática.

Aprendizagem baseada em competências: 2 inspirações + 1 vídeo

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Novas pedagogias: a aprendizagem global na sala de aula, uma oportunidade para a escola do século XXI

A educação global é uma das áreas de aprendizagem indispensáveis para a aquisição de competências do século XXI. Reconhecendo que os professores são o recurso mais estratégico na formação dos estudantes para serem cidadãos globais, diferentes organizações e movimentos educacionais, tais como o programa americano da formação de professores Teachers for Global Classrooms ou a rede educacional internacional IEARN (International Education and Resource Network) são duas iniciativas de destaque que defendem esta nova pedagogia.

Redes humanas E geográficas: Atlas da Diversidadeatlas_diversidad

O Atlas da Diversidade é uma ferramenta pedagógica inovadora. Consiste em uma rede de escolas que, através da colaboração mútua, gerou um dos mais importantes e extensos bancos de dados sobre diversidade cultural do mundo. Um espaço onde o objetivo é reunir as particularidades de cada lugar com base nos critérios e na visão subjetiva dos participantes.

Conectivismo de classe máster e aprendizagem em rede

Palestra completa em espanhol do Dr. George Siemens e sua teoria do conectivismo no marco do Encontro Internacional de Educação 2012 – 2013 da Fundación Telefónica, durante o evento presencial realizado em Lima, Peru.

Para saber mais

https://es.wikibooks.org/wiki/Atlas_de_la_Diversidad_Cultural/Libro_Atlas_de_la_Diversidad_Cultural

  • Baixe a publicação Prepare sua escola para a Sociedade Digital: chaves para participar da mudança, pela Fundación Telefónica:

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