Uma primeira abordagem do Marco para aprender e educar na era digital do ProFuturo

Uma breve abordagem do significado da estruturação de competências no Marco para aprender e educar na era digital do ProFuturo.

Uma primeira abordagem do Marco para aprender e educar na era digital do ProFuturo

Em uma era de alto impacto da tecnologia digital, o ProFuturo tem entre seus principais interesses ter uma abordagem da complexidade da educação em seus diferentes contextos. Sob essa premissa, propôs-se o desafio de construir, a partir de uma exaustiva análise e mapeamento de um amplo leque internacional de referências no campo da educação, um documento-marco que apresenta uma visão integrada e holística desse perfil profissional, com foco no desenvolvimento de competências para aprender e educar na era digital.

Esta pequena abordagem em formato de entrevista é uma pincelada inicial, de uma perspectiva prática, da utilidade e valor pedagógico do Marco para aprender e educar na era digital como uma referência no desenvolvimento profissional de vários ângulos.

Qual o significado da estruturação de competências no Marco para o aprendizado e a educação na era digital do ProFuturo? Por que essas dimensões?

O trabalho do Marco começa com a exploração de marcos de competências para o aprendizado e competências educacionais em todo o mundo, dando ênfase especial tanto àquelas que se referem a regiões carentes​quanto às desenvolvidas por instituições supranacionais. A análise detalhada de todos esses referenciais é o que revela essas três identidades ao aprendizado: identidade cidadã, identidade para a conexão e identidade para a construção do conhecimento. A competência educacional continua a ser uma manifestação particular da competência para aprender e, portanto, inclui também as identidades cidadã e conectora, sendo que a dimensão para a construção do conhecimento é especificada e definida a partir da sua atividade em sala de aula na dimensão docente. Por sua vez, cada identidade é desenvolvida por meio de funções diferentes. Em última análise, é ainda um exercício de tentar organizar e simplificar algo que é complexo e orgânico e sobre o qual cada comunidade terá finalmente que fazer a sua própria leitura, tendo em conta a sua realidade específica e local.

Um breve exemplo do domínio dessas dimensões.

Imagine no contexto atual uma professora de educação infantil (dos 3 aos 6 anos) ou dos primeiros anos do ensino fundamental (dos 7 aos 9 anos), que seja competente de acordo com o Marco global do ProFuturo e que se depara com um cenário educacional imprevisto a distância. Como parte de sua identidade cidadã, podemos imaginar como exerce ativamente sua participação cidadã na rede, compartilhando apenas informações verídicas entre seus contatos, garantindo o bem-estar de seu corpo discente e de seus familiares, promovendo um uso seguro e significativo das tecnologias. Também podemos imaginá-la projetando novas experiências de aprendizado para responder às novas necessidades de seu corpo discente, como parte de sua identidade docente, ao mesmo tempo em que colabora com outros colegas nesse processo de transformação digital de sua prática docente, como parte da sua identidade conectora.

O fator digital é decisivo na competência docente do ProFuturo? Você poderia ser um bom professor sem o domínio disso?

A situação atual é um bom exemplo da dificuldade de ser educador sem ter um domínio razoável da tecnologia. Na verdade, o desenvolvimento do Marco para aprender e educar na era digital responde à intenção do ProFuturo de olhar para o fenômeno educacional de uma perspectiva o mais global possível, e onde a tecnologia aparece transversalmente a qualquer atividade que aprendizes e educadores desenvolvam. Hoje parece impensável que uma comunidade pudesse prosperar sem tecnologia. A promoção das habilidades digitais deve ser um elemento fundamental nas políticas públicas, se desejamos um futuro mais sustentável e justo. Nesse sentido, necessitamos educadores capazes de usar a tecnologia e promover seu uso entre os alunos.

Tendo em conta a situação que o mundo vive atualmente, como preparar o docente que, por questões urgentes, deve transferir a sua atividade para a dimensão digital?

Preferimos pensar que o docente não precisa estar preparado, mas sim que é capaz de ter um papel ativo no seu desenvolvimento pessoal e profissional. Temos recursos infinitos abertos e acessíveis com o clique de um botão para o aprendizado. Também é fácil encontrar comunidades de docentes on-line compartilhando espaços de reflexão e boas práticas. Talvez, como educadores, devamos refletir sobre a importância do aprendizado ao longo da vida e a relevância do digital para assumir a própria formação como um caminho pessoal, como um exercício de responsabilidade consigo mesmo e com a comunidade. Talvez assim seja mais fácil responder a situações inexperientes como esta em que vivemos atualmente.

Biografia

David Álvarez se define como um aprendiz permanente e um consultor amador em projetos educacionais e de desenvolvimento profissional. Ele é graduado em ciências exatas pela Universidade de Granada e especializado em e-Learning pela Universidade de Sevilha. Além disso, é também especialista em alfabetização digital, PLE (Personal Learning Environment – Ambiente de aprendizado pessoal) e gestão de talentos (e-aprendizaje.es). Álvarez é o autor da publicação Ambientes de aprendizado pessoal (PLE): aprendizado em rede, editada pelo serviço de publicação MECD, e escreveu artigos para outras publicações, como Ambientes de aprendizado pessoal: fundamentos para o ecossistema educacional on-line (coordenado por Jordi Adell e Linda Castañeda); A universidade na nuvem (coordenado por Juliana Bergmann e Mariona Grané para a coleção Transmídia da Universidade de Barcelona); e Artefatos digitais: uma escola digital para a educação de hoje (publicação da Conecta13 coordenada por Fernando Trujillo e editada por Graó).

Na atualidade

É sócio-fundador da Conecta13 onde junto com Fernando Trujillo, Diego Ojeda e Miguel Ángel Ariza e o restante da equipe atua na concepção, desenvolvimento e avaliação de projetos de desenvolvimento profissional e organizacional. Um dos projetos que ele liderou, junto com Fernando Trujillo, é a concepção e desenvolvimento do Marco global para aprender e educar na era digital do ProFuturo.

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