O hackathon virtual, organizado pelo ProFuturo e pela Universidad Pontificia de Salamanca (UPSA), por meio da rede da Cátedras Telefônica, foi inaugurado na tarde do dia 3 de novembro, em uma cerimônia virtual, e vai até sexta-feira, dia 6. No total, 10 universidades espanholas e latino-americanas aderiram ao #hack4edu e participaram ativamente, tanto no planejamento dos desafios e na formação de equipes quanto no desenvolvimento do hackathon a nível local.
“Nestes tempos de tantas incertezas para o setor da educação, inaugurar uma iniciativa como esta, que coloca a criatividade universitária ao serviço da inovação no ensino, me enche de satisfação e esperança”, afirmou Magdalena Brier, diretora-geral do ProFuturo, durante a inauguração da ação. “Estamos vendo como os centros educacionais estão lutando para reabrir ou permanecer abertos e como os professores estão dando tudo que podem para que seus alunos continuem se formando, evitando que o vírus corte as asas de suas aspirações profissionais. Nesses três dias, 150 hackers vão se juntar a esse esforço enorme e vão procurar soluções para os desafios que a educação digital enfrenta hoje”, disse ela ao agradecer os participantes pela sua contribuição e talento.
“Durante estos tres días, 150 hackers se sumarán a este enorme esfuerzo y buscarán soluciones para los retos que enfrenta hoy la #educacióndigital“, explica la directora general de ProFuturo, @MagdalenaBrier en la inauguración de #hack4edu. En vivo👉 https://t.co/S1pAs2onn2 pic.twitter.com/OVPcOo689y
— @Profuturo_ (@ProFuturo_) November 3, 2020
A educação digital permitiu que muitos alunos concluíssem o curso em casa e hoje é possível, em alguns locais, combinar a educação presencial com a remota para manter um ambiente seguro nos centros educacionais. No entanto, a diretora-geral do ProFuturo lembrou como o fechamento repentino das escolas e universidades mostrou que “não estamos totalmente preparados para este salto ao mundo virtual. Existem muitos desafios pendentes, especialmente nos ambientes mais vulneráveis”.
“A educação digital não deve se ‘um luxo’, mas uma ferramenta útil e necessária que contribui para a melhoria da qualidade educacional a todos. Não podemos permitir que a desigualdade digital piore a desigualdade educacional já existente. Por isso, nossos hackers já estão pensando em ferramentas que permitam o acesso a conteúdos educacionais digitais em áreas com conectividade limitada”, como destacou a responsável pelo ProFuturo, a quem “a digitalização do setor da educação tem que ser inclusiva”. Por essa mesma razão, esses três dias também buscarão soluções para os obstáculos que as pessoas com deficiência visual enfrentam ao usar dispositivos tátis, ou o efeito que páginas da Web ou aplicativos com muitas cores e movimentos podem ter sobre uma pessoa com autismo.
“As possibilidades que a tecnologia oferece são infinitas, vamos colocá-las ao serviço da educação. Na verdade, já estamos fazendo isso. É a tecnologia, precisamente, que nos permite realizar esse hackathon remotamente e que pessoas de seis países diferentes possam trabalhar em equipe, divididas por um oceano, combinando seus talentos por meio de uma plataforma digital. Essa iniciativa é, por si só, um exemplo de inovação no ensino, pois permite que os estudantes aprendam desenvolvendo soluções para problemas reais, um verdadeiro exercício de aprendizado e serviço”, concluiu.
Desafios diferentes para problemas diferentes
Durante esses três dias, grupos multidisciplinares de hackers da Espanha, Argentina, Colômbia, Nicarágua, Peru e Uruguai trabalharão remotamente na concepção de um protótipo que resolva alguns dos 45 desafios que foram colocados ao #hack4edu dia 29 de julho. Destacam-se aqueles relacionadas ao acesso a conteúdos educacionais digitais em áreas com conectividade limitada, o controle de afluência em centros escolares e as limitações da educação à distância em disciplinas predominantemente práticas, como ciências. Os desafios enfrentados por pessoas com autismo ou com deficiência visual ao usar dispositivos de tecnologia tátil e certas páginas da Web ou aplicativos com muitas cores e movimentos também foram trazidos para o debate.
O ProFuturo, por sua vez, propõe que os participantes desenvolvam uma ferramenta capaz, por meio da análise de dados, de recomendar conteúdos específicos aos docentes a partir dos cursos de formação que cada um realiza na plataforma on-line do ProFuturo.
Os hackers formarão equipes em torno dos desafios que estão interessados em abordar. A cada equipe serão atribuídos dois mentores e voluntários técnicos que os acompanharão e aconselharão durante os três dias. O hackathon, que será 100% on-line, será realizado por meio da ferramenta digital de trabalho em equipe Slack.
Ao final do tempo de concepção do protótipo, as equipes vão apresentar seus projetos a nível local no dia 6 de novembro em uma cerimônia virtual. Um júri composto por especialistas em tecnologia e educação vai avaliá-los com base em vários critérios, incluindo a criatividade da proposta e a possibilidade de utilização do protótipo no mercado real. Os três projetos vencedores de cada sede local irão competir internacionalmente. Os vencedores globais serão anunciados no dia 7 de novembro na cerimônia de premiação virtual.
Os três melhores projetos vão receber prêmios de 2.000, 1.000 e 500 euros. Além disso, a rede da Cátedras Telefônica oferecerá três inscrições gratuitas ao mestrado especializado em Big Data da Universidad Pontificia de Salamanca, e o ProFuturo concederá um prêmio específico de 1.000 euros ao projeto que melhor responder ao desafio colocado pelo programa da Fundação Telefônica e da Fundação “la Caixa”.
Também haverá reconhecimento aos projetos de maior impacto social. A Universidad Internacional de La Rioja (UNIR), através da Cátedra Telefônica-UNIR em Sociedade Digital e Educação, concederá três bolsas de estudos especiais aos melhores projetos sociais para qualquer mestrado ou especialização de sua Escola de Engenharia e Tecnologia (ESIT).