Aprendizagem cooperativa em rede e vínculos com a comunidade local: Atlas da Diversidade

Uma iniciativa que procura consolidar uma comunidade de aprendizagem onde as relações e o intercâmbio entre diferentes comunidades são fortalecidos.

Aprendizagem cooperativa em rede e vínculos com a comunidade local: Atlas da Diversidade

A diversidade, vista como um enriquecimento mútuo, é um dos princípios fundamentais que deve sustentar qualquer processo de aprendizagem. A Educação Inclusiva, que considera a diversidade cultural como um fator chave, representa o conceito de educação que está no cerne deste texto. Seu objetivo final não é outro senão o de contribuir para uma educação de qualidade e equitativa para todos.

Entretanto, não basta que a inclusão trabalhe exclusivamente no campo do ensino, mas espaços sociais comuns devem ser construídos onde todos possam viver e aprender. Para contribuir para isso, nasceu o projeto Atlas da Diversidade. Uma iniciativa que busca consolidar uma comunidade de aprendizagem onde as relações e o intercâmbio entre diferentes comunidades são fortalecidos; onde o conhecimento é considerado um dos ativos mais importantes da comunidade educacional. Além disso, ela reafirma a própria cultura e promove o interesse pelos próprios valores, alcançando uma base sólida de contraste e aceitação do que é diferente.

Na prática, o Atlas da Diversidade se propõe a trabalhar por uma mudança educacional que passe da transmissão de informações para o aprendizado cooperativo e em rede, ligando os projetos à comunidade local e, ao mesmo tempo, à rede global, facilitando a criação de um projeto de telecolaboração internacional. É um ponto de encontro virtual para todas as contribuições dos participantes sobre os aspectos mais singulares e genuínos de seu lugar: uma receita, um problema ambiental, um escritor, uma paisagem, produtos locais, canções e danças populares, etc.

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É formada por uma rede de pessoas composta por educadores, animadores, alunos e tutores que se comunicam uns com os outros. Mais de 1500 escolas de 21 países da América Latina, Espanha e Portugal já participaram do projeto. Inicialmente, o Atlas da Diversidade visava professores e alunos de quatro níveis etários: 8-10, 10-12, 12-14, e 14-17. Posteriormente, foram incorporadas Organizações de Jovens, Organizações de Terceira Idade e a iniciativa foi adaptada para permitir a participação de alunos com deficiências.

O projeto oferece espaços para que professores da América Latina e Europa troquem metodologias úteis de ensino e aprendizagem, com ênfase especial naquelas ligadas ao uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). O ponto de partida é a elaboração de um ATLAS de diversidade através da Internet, que reúne as particularidades de cada lugar, do ponto de vista e da perspectiva dos alunos, sobre seu ambiente imediato. É composto de cartões, chamados retratos, que descrevem aspectos da cultura de um lugar, sendo o termo cultura entendido em seu sentido mais amplo e, portanto, incluindo tudo desde eventos históricos até problemas sociais ou ambientais, bem como aspectos folclóricos.

A formação de professores é inteiramente on-line, em grupos de 30 professores com uma diversidade máxima de formações. Após um módulo inicial de apresentação dos participantes, familiarização com a plataforma e introdução ao projeto, os professores iniciam a atividade com seus alunos e participam do grupo de formação, compartilhando boas práticas ou dificuldades no trabalho com os alunos. Em relação à avaliação, o instrumento utilizado é a Rúbrica.

Algumas das principais realizações do projeto podem ser categorizadas nas seguintes áreas:

  • Uma rede de instituições latino-americanas dispostas a continuar trabalhando para promover o projeto cooperativo de ATLAS foi consolidada.
  • O grupo alvo do projeto foi consideravelmente expandido de aproximadamente de 1000 a 1500 escolas, instituições e grupos. Este aumento inclui não apenas escolas, mas também grupos de jovens, adultos e idosos.
  • Do ponto de vista metodológico, os grupos participantes tornaram-se os guardiões de uma proposta pedagógica inovadora que lhes permitiu atualizar seus conhecimentos sobre o uso, a aplicação e as formas de trabalho proporcionadas pelas TICs.
  • A iniciativa também teve impacto na comunidade local próxima à escola, tornando-a um protagonista e um ponto de referência onde as fontes de conhecimento se complementam, ligando os livros escolares com as pessoas e suas circunstâncias.
  • Finalmente, foram feitas realizações significativas em termos de reconhecimento e prêmios. Entre eles, o Primeiro Prêmio Ibero-Americano para a Melhor Iniciativa de e-Learning, AXG Tecnonexo 2004, é digno de menção.

 

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