“Não há evolução sem inovação”. A frase, dita por um dos participantes durante a apresentação dos projetos, resume o espírito de #hack4edu, a hackathon promovida pela ProFuturo e a Pontifícia Universidade de Salamanca (UPSA), em colaboração com a Rede de Cátedras Telefónica, e cuja terceira edição ocorreu entre 22 e 25 de novembro.
Blockchain, realidade virtual, chatbots, inteligência artificial e robótica são algumas das tecnologias que os 135 hackers de 6 países e 12 universidades aplicaram no desenvolvimento de protótipos que abordam os desafios tecnológicos relacionados à educação digital em ambientes sociais carenciados. Um trabalho contra o relógio, no qual há apenas 48 horas para elaborar, projetar e programar as propostas.
Projetos premiados
Na categoria sênior, o primeiro prêmio foi para Games4Edu, um protótipo elaborado por uma equipe de alunos da UPSA Computer Science, Education and Communication para inovar em sala de aula com o objetivo de reduzir as taxas de evasão escolar. É um aplicativo de aprendizagem digital, hospedado no Moodle e programado através da plataforma de jogos de vídeo da Unidade, que cria uma experiência educacional para trazer novos cenários e universos para a sala de aula e atrair o interesse dos estudantes através da gamificação e da realidade virtual.
Na categoria inovadora, os projetos da UPSA e do Instituto Federal Catarinense no Brasil foram premiados. O grande prêmio do júri nesta categoria foi para a SmartChain (UPSA), uma aplicação web que conecta estudantes, universidades e empresas e que, segundo o júri, traz o conceito de web 3.0 para o mundo da educação. O aplicativo utiliza uma rede de blocos e contratos inteligentes para incentivar estudantes e professores com fichas para completar desafios acadêmicos, dar aulas ou participar de eventos, que podem então ser resgatados para cursos complementares ou descontos dentro do ecossistema universitário.
A proposta encorajaria os estudantes a se desafiarem, criar uma comunidade internacional de estudantes universitários, inovar no ensino, e medir e melhorar o desempenho universitário. Também poderia ser usada como ferramenta de educação financeira no uso da moeda digital nos países em desenvolvimento.
Na mesma categoria, que avalia especialmente o grau de inovação, YD Repente e Educhat, ambos projetos desenvolvidos por estudantes de Administração e Gestão de Empresas de Informática e Tecnologia na UPSA, foram premiados. A primeira é uma plataforma web assistida por voz que capacita os professores com ferramentas para administrar suas emoções e assim melhorar sua saúde mental. Através de um chatbot, o professor pode fazer um teste diagnóstico de inteligência emocional e acessar recursos de apoio. Este protótipo responde a um problema crescente, especialmente após o impacto da pandemia. Na Espanha, o sindicato independente ANPE alertou recentemente para um aumento dos casos de depressão e estresse entre os professores.
Educhat (UPSA) integra um chatbot dentro da plataforma de aprendizagem Moodle com a opção de enviar um formulário à Salesforce caso não tenha sido capaz de responder à pergunta de professores ou alunos. Esta ferramenta, cujo pilar mais importante é a análise de dados, aceleraria a resposta e otimizaria os recursos humanos para a atenção na sala de aula digital.
O terceiro prêmio da categoria foi para EducAnalytics, desenvolvido por uma equipe do Instituto Federal Catarinense no Brasil. Ele propõe um sistema de apoio à tomada de decisões em gestão educacional, fornecendo software capaz de mapear e observar o desempenho acadêmico, qualidade e dificuldade de aprendizagem que se adapta a cada professor e aluno. Isto ajudaria a comunidade de ensino e a administração do centro educacional a identificar e corrigir possíveis falhas nas metodologias e assim proporcionar uma educação mais igualitária aos estudantes através de sistemas adaptativos e metodologias de ensino ativas.
#Hack4edu também concedeu duas bolsas de estudo a dois projetos desenvolvidos por equipes da Universidade Tecnológica do Panamá (UTP). Um deles é Shogun, que apresenta um protótipo de um tutor inteligente para educar sobre espécies de aves ameaçadas de extinção. Esta ferramenta otimiza o processo de obtenção de informações e sua identificação com um sistema capaz de reconhecer o som por meio de seu treino. Ajudaria professores e outros especialistas no campo da educação ambiental a aumentar a conscientização sobre a importância de proteger a vida selvagem e salvaguardar as espécies ameaçadas de extinção.
O VMDJ, por outro lado, propõe um kit didático chamado “TreeLearn” que introduz inovações aos métodos tradicionais de ensino nas áreas rurais a fim de motivar os estudantes através da robótica. Através de experiências robóticas com materiais reciclados, o protótipo apoiaria o ensino prático de assuntos como música ou energia.