Meninas na Ciência: tomando medidas

¿Qué estamos haciendo para reducir la brecha de género en estudios STEM? En este post hemos mapeado algunas iniciativas interesantes y extraído algunas de sus principales características.

Meninas na Ciência: tomando medidas

Em outros artigos falamos sobre os números preocupantes da participação das mulheres no mundo da ciência e da tecnologia. Uma situação em que os preconceitos (incluindo os das próprias mulheres e meninas em suas capacidades) desempenharam um papel importante. Também falamos sobre a necessidade urgente de tomar medidas, começando pela educação, para quebrar o círculo vicioso que condena metade da população mundial a permanecer fora da construção e desenvolvimento dos avanços mais importantes da sociedade. O que está sendo feito para nivelar o campo de jogo? Nesta publicação, mapeamos algumas iniciativas interessantes para incentivar o interesse e a participação de meninas e mulheres jovens em assuntos STEM, especialmente em ambientes sociais carenciados.

PROGRAMAS PARA FORTALECER A CAPACIDADE DE ENSINO

TeachHer: ensinando a ensinar ciência

A iniciativa TeachHer é uma parceria público-privada criada pela Delegação Permanente dos Estados Unidos na UNESCO. Seu objetivo é ajudar a fechar a lacuna de gênero nos currículos e carreiras da STEM, concentrando-se no treinamento de professores. Assim, utilizando a rede de institutos de treinamento da UNESCO, a iniciativa criou um corpo de professores, administradores e formuladores de políticas sensíveis ao gênero para inspirar as meninas e equipá-las para se tornarem líderes nestes campos. Durante sua fase piloto, a TeachHer treinou mais de 300 professores na África e América Central e organizou quatro oficinas regionais, equipando os professores com as habilidades necessárias para ministrar um ensino inovador e prático às jovens mulheres.

Ark of Inquiry: a lista de verificações do mestre

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Tela do site da Arca de Inquérito da Comissão Européia e da UNESCO.

Como envolver as meninas na ciência? A Comissão Europeia e a UNESCO acreditam que isto pode ser feito através da prática direta do método científico: ler publicações científicas; formular problemas, perguntas ou hipóteses de pesquisa; planejar e realizar observações ou experiências, analisar os dados coletados e tirar conclusões ou generalizações. Elas são chamadas “Novas Salas de Aula de Ciências” e têm como objetivo fornecer aos professores e alunos vários cenários pedagógicos que servem para capacitar as meninas na sala de aula de ciências, utilizando desafios de ordem superior, práticas científicas e tarefas através do aprendizado reflexivo. O projeto fornece aos professores orientações e experiências, bem como uma lista de verificação passo a passo. http://www.arkofinquiry.eu/homepage

Módulo de capacitação da Unesco: um manual de como fazer

Um manual, desenvolvido pela Unesco, para orientação científica e aconselhamento de instrutores, conselheiros de orientação, diretores e professores. Seu objetivo é ajudar os países, através de seus professores, a promover uma imagem positiva da mulher na ciência, fornecer às meninas informações claras sobre carreiras científicas, combater estereótipos de gênero e garantir que professores e conselheiros de carreira tenham as ferramentas necessárias para garantir que todas as meninas tenham acesso a uma educação científica apropriada sem preconceitos e estereótipos.

https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000154837

PROGRAMAS DESTINADOS A ERRADICAR OS ESTEREÓTIPOS SOBRE A MULHER NA CIÊNCIA

Meninas STEM podem: a rede de mentoras no México

Caputa de pantalla de la web de Niñas STEM Pueden.

Conversas inspiradoras com cientistas nucleares, conversas com cientistas da Agência Espacial Mexicana, oficinas de astronomia, simulações das missões à Marte, oficinas de robótica. Esta iniciativa, promovida pela OCDE, visa introduzir as meninas do ensino médio aos campos STEM com oportunidades educacionais fora da sala de aula, apoiada por uma rede de mentoras em material gráfico. Juntamente com a Unesco, o Ministério da Educação Pública e a Academia Mexicana de Engenharia estão trabalhando juntos para organizar conferências, conteúdo digital, oficinas e reuniões com mentores para desenvolver o interesse das jovens mexicanas nos campos STEM, gerando assim uma mudança positiva para que cada vez mais as jovens mexicanas optem por buscar uma educação superior nestes campos.

India’s Rocket Women: um foguete de possibilidades

Como seria o mundo se todas as meninas tivessem a oportunidade de alcançar seu potencial e mudar o mundo através da ciência? A Rocket Women quer dar às mulheres cientistas de todo o mundo uma plataforma para divulgar seus conselhos e garantir que suas vozes sejam ouvidas. Com suas histórias de mulheres reais que tiveram sucesso nestas disciplinas, elas querem que jovens mulheres e meninas de todo o mundo saibam que podem ser astronautas, cientistas e engenheiras ou o que quiserem ser. A India’s Rocket Women é organizada pela Agência de Pesquisa Espacial Indiana e contribui através de suas atividades para quebrar barreiras e preconceitos através de mentores e modelos a serem seguidos.

STEM é para meninas: palestras motivacionais e capacitação de professores

No Peru, esta iniciativa tem efetivamente reduzido os estereótipos de gênero entre meninos e meninas entre 14 e 16 anos de idade (Em Órbita, Avaliação de Impacto). Como? Organizando palestras motivacionais para alunos do 4º e 5º ano do ensino fundamental, e capacitando professores com oficinas e manuais e publicando produtos de conhecimento relacionados ao tema.

PROGRAMAS DE PARTICIPAÇÃO ATIVA

Clínicas de Educação em Ciência, Tecnologia e Matemática (STME)

Há 855 meninas na escola secundária no departamento de Jasikan, em Gana. Dessas 855, existem apenas 29 meninas estudando ciência pura. Para aumentar a participação das meninas nos cursos relacionados com a STEM nas escolas secundárias e nos níveis superiores de educação, o Escritório da UNESCO e seus parceiros estão organizando “Clínicas STEM” em distritos selecionados do país. Essas clínicas são realizadas trimestralmente para conscientizar as meninas sobre as várias carreiras relacionadas à STEM que elas podem seguir. Aqui, as meninas têm uma oportunidade única de interagir com jovens cientistas e aprender sobre as muitas oportunidades oferecidas pelo estudo destas matérias.

Indian Girls Code

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Foto: web de Indian Girs Code.

Esta iniciativa fornece programas de criptografia e robótica para meninas desprivilegiadas na Índia. Inspira as meninas a serem inovadoras no campo da informática e tecnologia e as ajuda a aprender a codificar e inovar, criando aplicações para resolver problemas do mundo real.

Acampamentos STEM no Quênia

Desde 2014, o Escritório da UNESCO em Nairobi, juntamente com o Governo do Quênia, a Comissão Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação e a Universidade de Nairobi, têm organizado anualmente Campos de Excelência Científica para Orientação das meninas em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). Esses acampamentos de uma semana incluem discussões sobre escolha de carreira, tutoriais de habilidades de vida, troca de experiências com estudantes universitárias do sexo feminino da STEM, experiências científicas e visitas à indústria. O programa também treina professores quenianas da STEM no ensino com perspectiva de gênero. Após a chegada da COVID-19, o programa foi adaptado às novas restrições e ao fechamento de escolas.

As meninas na tecnologia

Este programa costarriquenho tem dois objetivos principais: desenvolver habilidades técnicas em programação, robótica e matemática nos participantes com idades entre 4 e 12 anos e desenvolver habilidades sociais que fortaleçam sua liderança, autodeterminação, trabalho em equipe e permanência no sistema educacional. Meninas e adolescentes recebem duas aulas de duas horas por semana, no caso de meninas de 4 a 6 anos e três horas para o grupo de 7 a 12 anos, onde trabalharão no desenvolvimento de suas habilidades tecnológicas e serão realizadas atividades lúdicas e recreativas para motivação e empoderamento feminino. Também visitarão empresas e universidades especializadas nesta área.

O QUE ESTES PROGRAMAS NOS DIZEM?

Estes programas visam a enfrentar alguns dos maiores desafios que mantêm meninas, mulheres e mulheres jovens afastadas das carreiras científicas e tecnológicas. Quais são esses desafios? Quais características devem ter esses programas e iniciativas?

  • Experimentação: Os temas STEM são profundamente experimentais. As garotas devem tentar, experimentar, sujar-se, divertir-se… tudo isso despertará sua curiosidade e interesse por estas matérias. Os programas e iniciativas da STEM para meninas e adolescentes devem trazer diferentes experiências relacionadas à STEM para meninas e mulheres jovens.
  • Conscientização: os estereótipos e os preconceitos (às vezes não intencionais) desempenham um papel importante para afastar as meninas dos temas STEM. Muitas vezes, esses preconceitos vêm dos próprios professores e das famílias. Portanto, é essencial treinar professores não apenas para poder fornecer uma capacitação neutra em termos de gênero, mas também para equipá-los com técnicas e práticas pedagógicas que incentivem as meninas a se dedicarem a estas disciplinas.
  • Informação: há uma falta de conhecimento sobre as muitas carreiras que podem ser estudadas e quais os desenvolvimentos e oportunidades de carreira que elas implicam. Portanto, estes programas devem ter um forte componente informativo explicando o que significa trabalhar na STEM e que habilidades são necessárias para trabalhar nestas áreas.
  • Mentoria: A falta de modelos a serem seguidos é também um dos elementos mais importantes que impedem a participação das meninas nas disciplinas STEM. Porque se só vemos homens em certas profissões, é inevitável que, por alguma razão, as meninas não possam fazê-las. É por isso que a visibilidade das mulheres cientistas, engenheiras, matemáticas, astronautas… do presente e do passado, é um dos eixos fundamentais de qualquer programa que vise incentivar uma maior participação das mulheres na STEM.

Levou milhões de anos para descobrir que as mulheres também caçavam mamutes. Esperamos que não sejam necessários milhões a mais para perceber que elas também podem ser os melhores cientistas e tecnólogas.

REFERÊNCIAS:

Estes programas são coletados em:

Bello, Alessandro, 2020. Las mujeres en Ciencias, Tecnología, Ingeniería y Matemáticas en ALC. ONU MUJERES, Montevideo. 2020.

Unesco, 2019. Descifrar el código: la educación de las niñas y las mujeres en ciencias, tecnología, ingeniería y matemáticas (STEM). Unesco, París.

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