Inteligência artificial e ciência de dados
Eles nos vencem em quase todos os jogos, identificam nossos rostos, nos dizem onde ir, recomendam o que ouvir, observam e lêem, diagnosticam doenças e agora, além de aprender e imitar, eles também são capazes de criar. Os limites da inteligência artificial e da ciência dos dados estão sendo empurrados um pouco mais a cada dia e mais longe do que poderíamos imaginar há apenas alguns anos. Quase todos os setores adotaram esta tecnologia e a educação não poderia ficar à margem. As contribuições potenciais da IA para a educação são grandes e esperançosas.
Nesta entrevista, Carlos Martínez Miguel, diretor global da IoT (Internet das Coisas), grandes soluções e serviços de dados e inteligência artificial na Telefónica Tech, explica, entre outras coisas, a relação entre inteligência artificial e análise de dados, como evitar os riscos envolvidos na aplicação desta tecnologia e que papel ela pode desempenhar no futuro da educação.
No entanto, e como conta Wayne Holmes, conselheiro da UNESCO em educação e IA, devemos trabalhar para melhorar e aprimorar as qualificações dos professores, especialmente em ambientes vulneráveis.
Competências digitais docentes
A incorporação da tecnologia na educação traz consigo o desafio de formar um novo profissional, um novo professor que saiba como incorporar estas tecnologias em sua prática pedagógica a fim de promover mais aprendizagem em seus alunos. A transposição de uma pedagogia ultrapassada para o digital não trará a transformação que precisamos na educação. Porque, de acordo com Wendy Kopp, fundadora e CEO da organização internacional Teach for All, “a tecnologia é o mais fácil. O desafio é desenvolver a si mesmo e a profissão docente para saber como fazer o melhor uso desta tecnologia para que as crianças possam se beneficiar dela”.
E é que, segundo Lùcia Dellagnelo, diretora do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), “a tecnologia tem que surgir para transformar a pedagogia, para permitir que o professor desempenhe novos papéis, papéis de mediador, para apoiar o desenvolvimento e a construção do conhecimento dos alunos, em vez de ser um simples transmissor de conteúdos, um transmissor de informação para os alunos”.
Nesta entrevista, falamos com esta especialista em educação e tecnologia sobre como deveriam ser estas escolas conectadas, qual deveria ser o papel dos professores nesta nova educação e que habilidades eles precisam desenvolver para se tornarem docentes digitais. Também conversamos com ela e outros especialistas, que o Observatório ProFuturo reuniu no evento “Docentes digitais”. A avaliação das competências digitais dos professores como ferramenta para enfrentar os desafios das salas de aula de 2030”, como medir e avaliar estas competências a fim de orientar seu desenvolvimento profissional: os desafios da avaliação, escolas digitalmente competentes, capacitação em cascata, envolvimento e motivação dos professores… Neste post você pode ler sobre todos estes tópicos com mais detalhes.
Educação e tecnologia: o par perfeito para combater a divisão e a desigualdade
A pandemia nos mostrou o grande potencial da tecnologia para acelerar a aprendizagem e torná-la mais acessível. Por exemplo, permite uma aprendizagem diferenciada de acordo com as necessidades de cada estudante e que todos tenham acesso ao aprendizado em todos os momentos.
Entretanto, sabemos também que, se não for devidamente incorporada, a tecnologia não melhora a aprendizagem e pode até ampliar as desigualdades existentes. Como a tecnologia pode ser usada para enfrentar desafios tais como acesso, qualidade e equidade? Quais são os principais riscos e como evitá-los? Como a tecnologia pode ser adequadamente incorporada aos sistemas educacionais em ambientes sociais carenciados? Falamos sobre tudo isso neste post, sobre o Relatório GEM de 2023, enfocando o papel da tecnologia na educação.
Personalização da aprendizagem: o eterno sonho da educação, facilitado pela tecnologia
Desde que Rousseau se tornou involuntariamente um dos primeiros teóricos do aprendizado personalizado em 1762 com seu trabalho Emilio, esta abordagem deu um grande salto em frente graças ao desenvolvimento das tecnologias da informação (sistemas inteligentes de tutoria, acesso livre a numerosas plataformas de aprendizagem, métodos que utilizam computadores para adaptar a complexidade do conteúdo às necessidades dos usuários)…
No Observatório ProFuturo temos falado muito sobre educação personalizada. No post Aprendizagem personalizada: o grande sonho da educação nós lhe dizemos qual é esta abordagem da aprendizagem e como ela pode ser uma grande ferramenta para a educação em ambientes vulneráveis.
Uma vez estabelecidas suas origens e elementos fundamentais, neste post vamos analisar três maneiras de personalizar a aprendizagem em sala de aula: aprendizagem invertida, aprendizagem baseada em desafios e em lugar (ou como é conhecida em inglês place-based learning). Se você o ler, saberá em que consiste cada uma dessas metodologias e quais são suas principais vantagens.
E, é claro, tivemos que falar sobre aprendizagem personalizada e tecnologia. Assim, em Aprendizagem adaptativa em cinco perguntas, falamos sobre algumas das chaves para este método de instrução que, com a inestimável colaboração da inteligência artificial, pode levar o aprendizado adaptativo a outro nível.
Finalmente, e para demonstrar que neste Observatório não apenas teorizamos, em Colocando em prática o aprendizado personalizado, nós lhe contamos três experiências interessantes que implementam a aprendizagem invertida, a aprendizagem baseada em desafios e a aprendizagem baseada em lugares na sala de aula. Estamos nos referindo ao Projeto Caranguejo, ao Club 2030 e às Escolas Florestais. Não deixe de vê-los.
Cidadania digital, crítica, segura e responsável
Saber usar a tecnologia é o mesmo que saber usar a tecnologia? Nossos filhos são realmente nativos digitais? Como desenvolver uma identidade digital positiva? Equipar os estudantes com as ferramentas e treinamento para se tornarem bons cidadãos digitais deve estar no centro do debate educacional. Mas será? Estamos realmente conscientes de sua importância? Estamos ensinando bem as habilidades digitais?
Os especialistas concordam que o principal problema não é a tecnologia, mas a forma como o cidadão do século XXI está sendo educado. Os jovens devem adquirir competências digitais e aprender a usar a tecnologia com segurança, ética, crítica e responsabilidade. Alguns estudos têm demonstraram que, embora as crianças pequenas (nativos digitais) sejam fluentes com as novas tecnologias, elas não possuem as habilidades técnicas, críticas e sociais necessárias para lidar com os perigos que elas representam.
Neste artigo, dissemos o que significa fazer um uso crítico, seguro e responsável das novas tecnologias e o que um professor deve fazer para encorajá-lo e promovê-lo. E neste reunimos alguns recursos práticos para a construção de bons cidadãos digitais.